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Estamos num mundo globalmente conectado mas devemos nos perguntar: nessas conexões estamos realmente aplicando a cooperação? Todos estão tendo a oportunidade para isso? Nas salas de aulas, os adultos, jovens ou crianças têm a oportunidade de colaborar uns com os outros nas tarefas de aprendizagem? E a tecnologia está sendo bem aproveitada nas aulas?
Para explanar este assunto, vamos definir a palavra "colaborar". Colaborar, segundo dicionário aulete on-line, significa contribuir para algo ou participar, fazer parte. É um grande desafio compartilhar em tempos em que os alunos pensam nas redes sociais e em valorizar suas autoimagens. Para colaborar é necessário sair de si e se doar, ajudar o outro a crescer, a avançar. Agora imagine este contexto, com pessoas que possuem alguma deficiência ou limitação seja física, sensorial, cognitiva e/ou psicológica? É um desafio ainda maior, não acha?
As pessoas estão "conectadas" através das mídias sociais. No entanto, estão "colaborando" para construir recursos compartilhados? Estão cientes de que o mundo existe diversos problemas que poderiam ser analisados e pensado em como resolvê-los? Os ambientes educacionais estão utilizando as tecnologias de forma a fazer as pessoas desenvolverem pensamentos críticos para a efetivação de ambientes colaborativos?
Temos essas problemáticas e muitas outras para refletirmos quando o assunto é tecnologia, colaboração e acesso digital a todos.
Esses problemas não serão resolvidos de forma individual, agindo por conta própria, mas podem ser solucionados através de pessoas efetivamente colaborando uma com as outras. Hoje em dia, diversas pessoas trabalham com pessoas de outras cidades, países, de outras culturas muito diferentes. Para que isso aconteça é necessário trabalhar de forma respeitosa, enquanto assumem compromissos para alcançar um objetivo comum.
De que maneira faremos isso na prática? Primeiro é necessário saber quais são as competências que precisamos adquirir para que a colaboração seja feita. Podemos citar as competências de negociação, resolução de conflitos, flexibilidade, acordo sobre o que deve ser feito, como será distribuído as tarefas, organização, integração de ideias aprendendo com as convergências e divergências das ideias, e o mais desafiador é incluir "todos" nessa prática. Ressaltamos a importância dos conhecimentos em tecnologias assistivas para proporcionarmos as mesmas oportunidades a todos os alunos na sala de aula.
Por meio desse desenvolvimento podemos começar a pensar em ter ambientes educacionais que ofereçam oportunidades para que os alunos possam desenvolverem as habilidades colaborativas.
Podemos citar algumas tecnologias utilizadas nas atividades colaborativas como: pesquisas web, redes sociais, apresentações e textos compartilhadas, entre outros, que tenha a participação de todos.
Contextualizando o uso da tecnologia colaborativa em ambientes educacionais, podemos refletir a seguinte questão: Seria a tecnologia em si o principal elemento de colaboração?
Segundo Alonso e Vasconcelos (2012), as TICs em si não são determinantes para que a colaboração ocorra, mas a possibilidade da relação das TICs no processo de ensino aprendizagem nas práticas das atividades colaborativas. Essa reflexão nos faz pensar, segundo Pozo (2007) novas formas de aprender e ensinar dos alunos e professores. A cultura de aprendizagem requer mudanças de mentalidades e práticas, tanto dos alunos e professores. É necessário uma mentalidade com conceitos inovadores, incluindo em sua metodologia uma educação para todos utilizando ao máximo os recursos que a tecnologia possa oferecer.
É necessário o desenvolvimento de uma cultura de aprendizado que apoie os professores na elaboração de atividades de aprendizagem nas quais o trabalho dos alunos seja interdependente e em que eles sejam solicitados a compartilhar responsabilidades e tomar decisões importantes com outras pessoas.
Para um trabalho interdependente podemos citar dois níveis de responsabilidades importantes a serem avaliados em um processo das práticas em tecnologia compartilhada acessível a todos:
Responsabilidade individual: cada pessoa da equipe é responsável por uma tarefa que deve ser concluída. O papel de cada aluno na equipe é essencial, é importante que observamos se todos os alunos, inclusive os alunos que possuem alguma limitação estão contribuindo nessa tarefa, o olhar do professor é importante em identificar se precisa de algum apoio para a efetivação da tarefa.
Responsabilidade do grupo: os alunos devem trabalhar juntos para fazer concluir o trabalho ou tarefa. Os alunos devem negociar e chegar em um acordo com as conclusões do trabalho.
Para o sucesso de um trabalho feito com tecnologia colaborativa seja efetivado, é necessário que "todos" se sintam partes do todo. Assim o processo será realizado em sua prática de forma interdependente e colaborativo.
Fabiane Cattai {
Especialista em Acessibilidade Digital
}
Referências Bibliográficas:
Dicionário Aulete-online- Consultado em 17/12/2021 às 15:20.
ALONSO, K. M.; VASCONCELOS, M. A. M. . As Tecnologias da Informação e Comunicação e a Aprendizagem Colaborativa no Ensino Fundamental. Contrapontos (Online), v. 12, p. 58-67, 2012.FREIRE, Paulo. A Educação na Cidade. São Paulo: Cortez; 1991.
POZO, Juan Ignacio. A sociedade da aprendizagem e o desafio de converter informação em conhecimento. Fonte: REVISTA PÁTIO. Ano 8 - Agosto/Outubro 2004. Disponível em: http://www.franciscoqueiroz.com.br/portal/phocadownload/NovasTecnologias/a%20sociedade%20da%20aprendizagem%20e%20o%20desafio%20de%20converter%20informao%20em%20conhecimento.pdf Acesso em: 17 de dezembro de 2021.
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